05 agosto, 2014

Nós acusamos



  



Nós signatários do presente Apelo, consternados pelos acontecimentos em curso na “Faixa de Gaza”,

acusamos os governadores atuais de Israel que, contra o povo palestino, prosseguem com uma política de expansionismo colonial, de limpeza étnica e de massacre;

acusamos os precedentes governadores do estado de Israel que efetuaram a expropiação de terras, de bens e da memória das pessoas que vivem na Palestina há séculos;

acusamos o exército de Israel, e todos os outros corpos armados desse Estado, que
faz recurso ao uso de métodos mais infames do colonialismo (aqueles, não por acaso, herdados do Terceiro Reich), usando armas proibidas pelas convenções internacionais e se comportando como uma força de ocupação colonial, tratando os palestinos como seres inferiores, a serem expulsos, e quando possível, e com o mínimo pretexto, a serem eliminados;

acusamos os políticos, os homens de negócio e da indústria financeira dos Estados Unidos da América, que sem o apoio constante a Israel esse Estado não poderia nem existir, que garantem a impunidade usufruida por Israel;

acusamos os governos e parlamentos dos Estados-membros da União Europeia e do Parlamento e a Comissão Europeia, a cumplicidade ativa ou passiva com o expansionismo colonial, a limpeza étnica e os massacres que infligem o povo palestiniano;

acusamos a ONU (Organização das Nações Unidas) pela sua incapacidade em bloquear Israel, para impedir a sua arrogância, aplicar sanções de condenação (hoje 73) que, ao longo dos anos, foram promulgadas pelo Conselho de segurança, contra Israel, especialmente aqueles que exigem o regresso de Israel às fronteiras estabelecidas antes de 1967 e o retorno de 700.000 refugiados palestinos;

acusamos os meios midiáticos ocidentais, súcubes dos Estados Unidos e de Israel, que fornecem uma falsa, ou muitas vezes invertida, representação da realidade, apresentando a ação militar israelense como uma "legítima defesa", e na maioria das vezes como "desproporcional".

acusamos a grande corrente de intelectuais internacionais muito surdos e lentos diante do massacre em curso;

acusamos as autoridades do cristianismo internacional, a partir da Igreja de Roma, que são somente capazes de dizer débeis palavras de "paz", negligenciando de anunciar quem são as vítimas e os carrascos;

acusamos a sociedade israelense como um todo que, envenenada pelo chauvinismo e pelo racismo, mostra indiferença ou pior no confronto contra a tragédia do povo palestino e faz pensar uma séria ameaça sobre a mesma minoria árabe;
Enquanto manifestamos a nossa solidariedade e admiração para as personalidades da cultura e os cidadãos e cidadãs do mundo judeu que, apesar do clima de intimidação, condenam os horrores infligidos ao povo palestino, nós acusamos os líderes das comunidades judaicas espelhadas pelo mundo que muitas vezes se tornam cúmplices do governo de Tel Aviv, que está se tornando a principal fonte de uma preocupante nova onda de anti-semitismo; comportamentos que rejeitamos e condenamos categoricamente, em qualquer forma que esses se apresentem. Expressamos nosso maior apreço às organizações como a rede “ECO (Hebreu contra a ocupação), dedicados a realizar a tarefa difícil, mas essencial, de mostrar que nem todos os judeus compartilham a política perversa dos governos israelenses e lutam pela liberdade do povo palestino.

Portanto, exigimos que o mundo se mobilize contra Israel: não é o bastante, apesar de louvável, a campanha do BDS (“Boycott Disinvestment Sanctions”); Nós acreditamos que devemos levar o estado de Israel perante um Tribunal Internacional especial pela destruição da Palestina. Não somente os líderes militares ou políticos, mas um inteiro estado (e seus cúmplices): seu passado, seu presente e seu presumido futuro. Se queremos salvar o povo palestino, a justiça e a verdade, temos de agir agora, não somente bloqueando a matança em Gaza, mas o lento genocídio de um povo. Queremos lutar pela pacífica convivência dos árabes, judeus, cristãos e cidadãos de qualquer ordem religiosa ou proveniência étnica, rejeitando as pretensões de qualquer Estado "etnicamente puro".

Pedimos

UMA NUREMBERG PARA ISRAEL

25 julho 2014

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