03 julho, 2018

Domenico Losurdo, um grande intérprete do pensamento crítico contemporâneo

Domenico Losurdo, um grande intérprete do pensamento crítico contemporâneo

O falecimento de Domenico Losurdo suscitou grande emoção no mundo filosófico e político em muitos países onde ele era não só apreciado e estudado, mas recebido como um dos filósofos mais orgânicos, sistemáticos e coerentes do século XX e início deste novo século. Para mim, que tive a sorte de me formar com ele, foi não apenas um mestre, mas o ponto de referência intelectual através do qual pude estudar e compreender os grandes intérpretes do passado. No Brasil Losurdo encontrou também um público de apaixonados. Os seus livros foram e continuam sendo traduzidos e publicados com grande sucesso de vendas e sendo objeto de estudo nas principais universidades brasileiras. As conferências e palestras que ele proferiu por toda parte neste grande país (as últimas no final do ano passado) sempre estiveram lotadas, sendo acompanhadas por jovens, estudiosos e leitores que, mesmo partidários de diferentes vertentes ideológicas, animavam debates e discussões que se estendiam para além do evento. Aquele que, no futuro, desejar escrever a primeira biografia intelectual deste pensador, irá assumir não apenas uma grande responsabilidade, mas uma carga de trabalho que não poderá ser cumprida apressadamente e com superficialidade, tamanha a profundidade e amplitude da sua produção teórica: dos clássicos da filosofia ao debate em torno da figura de Stalin; da análise do papel da China ao revisionismo histórico; do pensamento liberal às questões do bonapartismo e da democracia moderna; da história do pensamento ocidental aos problemas do colonialismo e do imperialismo. Os estudos de Losurdo sobre o materialismo histórico, assim como aqueles sobre Kant, Hegel, Heidegger e Nietzsche, são um marco fundamental na história das ideias e dos acontecimentos das sociedades humanas, tamanhas a sua seriedade científica e autonomia intelectual, sua riqueza problemática e complexidade interpretativa. Em tempos tão sombrios, dominados pelo refluxo democrático ao nível internacional, a sua batalha filosófica jamais se esqueceu de entrelaçar-se às exigências da política. Não obstante, a clareza das suas posições nunca se traduziu na apologia das convicções ideológicas que evocava, nem no abrandamento do rigor intelectual que lhe era característico. Pelo contrário, Losurdo sempre indagou com severidade crítica e sem indulgência os limites do universo filosófico-político em que decidira militar e ao qual dedicou todas as energias de sua vida. Sua última obra, “O marxismo ocidental”, publicado em 2017 na Itália e agora também no Brasil pela Boitempo, representa uma síntese exemplar de tudo isso. Poderíamos classificá-la como uma espécie de testamento político intelectual. Losurdo não amava a retórica, estando sempre disponível para confrontar-se no plano intelectual com todos, e por isso este grande intérprete do pensamento crítico, além das longas horas dedicadas aos estudos, gastava uma boa parte do seu tempo com uma mala nas mãos, viajando incansavelmente pela Europa, América Latina e Ásia, de modo a estimular uma dialética não ritual e nem apologética em torno dos seus trabalhos. A melhor maneira de homenagear este grande filósofo, que tanto amou o Brasil, seria debater com profundidade esta sua última obra e, através dela, encaminhar um sistemático trabalho de investigação científica sobre a sua amplíssima produção intelectual, tão imprescindível no panorama mundial do pensamento crítico contemporâneo.
Gianni Fresu
(Doutor em Filosofia pela Università di Urbino, professor de Filosofia política Universidade Federal de Uberlândia)

Morre o filósofo marxista Domenico Losurdo

Morre o filósofo marxista Domenico Losurdo

Na manhã desta quinta-feira (28), o mundo perdeu um de seus grandes pensadores. O filósofo Domenico Losurdo morreu na Itália aos 77 anos. A família divulgou apenas que a morte foi em decorrência de “uma doença incurável recentemente descoberta”.

Kyan Shokoui Dios
Losurdo morreu nesta quinta-feira (28), deixa um imenso legado sobre o pensamento marxista Losurdo morreu nesta quinta-feira (28), deixa um imenso legado sobre o pensamento marxista
Losurdo foi um dos maiores pensadores dos estudos marxistas e da obra de Gramsci. Dedicou sua carreira acadêmica à produção política em defesa de um pensamento plural e libertador. Em seus últimos anos, lecionou na Universidade de Urbino, na Itália.

Sempre coerente, a filosofia política de Losurdo e sua contextualização cuidadosa do pensamento filosófico em seu tempo histórico foi impulsionada principalmente pela crítica radical ao liberalismo, ao capitalismo e ao colonialismo.

Um pensador de seu tempo, Losurdo dedicou-se também a investigar questões políticas contemporâneas, prova disso, é seu último livro que acabou de chegar no Brasil, “O Marxismo Ocidental”. Nesta obra, o filósofo contou a parábola do marxismo ocidental: seu nascimento, sua evolução e sua queda.

Trata-se de uma publicação polêmica e combativa, que pode ser considerada uma espécie de acerto de contas com o percurso do marxismo ocidental, repassando toda a sua trajetória até suas figuras atuais, como Slavoj Žižek, David Harvey, Alain Badiou, Giorgio Agamben e Antonio Negri, sem deixar de visitar pensadores já clássicos como Theodor W. Adorno, Max Horkheimer, György Lukács, Herbert Marcuse, Louis Althusser, Ernst Bloch e Jean-Paul Sartre.

Intelectuais e pensadores de diversas partes do mundo estão publicando mensagens em homenagem ao filósofo que dedicou a vida ao pensamento marxista e à militância comunista.

A rica obra de Losurdo seguirá iluminando a luta pelo socialismo

A rica obra de Losurdo seguirá iluminando a luta pelo socialismo

O PCdoB e a Fundação Maurício Grabois emitiram nota de pesar pelo falecimento do filósofo italiano Domenico Losurdo, na plenitude de sua produção intelectual. A nota destaca a longa amizade de Losurdo com o Partido Comunista do Brasil e as parcerias com a Grabois em torno da realização de seminários, entrevistas, ensaios e edição nacional de seus livros.

Foto: Joanne Mota
 Losurdo ao falar sobre em seminário organizado pelo PCdoB e a Fundação Grabois sobre o centenário da Revolução Russa
A rica obra de Losurdo seguirá iluminando a luta pelo socialismo

As forças políticas revolucionárias, progressistas, e, em particular, o movimento comunista internacional perderam nesta quinta-feira, um dos mais destacados pensadores marxistas contemporâneos. Faleceu aos 77 anos, na Itália, o eminente filósofo marxista Domenico Losurdo. Ele traduzia bem a consigna do seu mestre Karl Marx: “Mais importante que interpretar o mundo é transformá-lo”. Losurdo associava o incansável e frutífero labor intelectual com sua militância comunista e anti-imperialista.

A par de homenagear a vida e o legado teórico e político de Domenico Losurdo, o PCdoB apresenta seus sentimentos à sua família, em especial a sua esposa Hute e a seu filho Federico, e aos seus camaradas e ao povo italiano.

Losurdo estudou em Tubinga (Alemanha) e em Urbino (Itália). Tornou-se presidente da Sociedade Internacional Hegel-Marx para o pensamento dialético, e membro fundador da Associação Marx Século XXI e da Sociedade Internacional Gramsci (IGS). Lecionava a disciplina Filosofia da história na Universidade de Urbino. Autor profícuo, escreveu dezenas de obras seminais na área da filosofia, história e ciência política, nas quais enfrentou grandes temas e debates visando a fortalecer o movimento transformador e revolucionário. Várias destas obras foram publicadas no Brasil.

Um dos seus grandes objetivos era desconstruir os mitos criados pelo liberalismo. Entre eles o de que a implantação da democracia política e dos direitos humanos, sem distinção de sexo, idade, raça, teria sido consequência do desenvolvimento pacífico e não conflituoso do liberalismo burguês. Ele demonstra a falsidade dessa tese. A escravidão e o liberalismo conviveram muito bem durante mais de um século. A Inglaterra se enriqueceu com o tráfico negreiro e os Estados Unidos foram um país escravista até 1865 e, mesmo depois, continuaram excluindo os negros dos seus direitos civis e políticos. Nenhum desses países, e seus ideólogos liberais, enquadravam no conceito de humanidade os povos sob o jugo do colonialismo, encarados como “raças inferiores” incapazes de autogovernar-se. Grande parte das conquistas democráticas e sociais coube à luta da classe trabalhadora.

Losurdo era um defensor dos processos de construção do socialismo do século XX, embora fecundamente crítico em relação aos erros cometidos. Sabia que, apesar dos muitos problemas e insuficiências apresentados, o balanço do primeiro ciclo do socialismo resultou em grandes conquistas aos trabalhadores e à humanidade. Para ele, não se poderia compreender os avanços democráticos e dos movimentos emancipacionistas ocorridos nesses últimos cem anos, abstraindo-se a existência da União Soviética e do movimento comunista internacional. Eles impulsionaram decisivamente a libertação dos povos dominados, o combate ao nazifascismo, ao racismo e ao sexismo. Por isso, a esquerda não devia capitular diante da ofensiva ideológica liberal-burguesa que busca desconstruir aquelas experiências complexas e contraditórias, apresentando-as de maneira reducionista como totalitárias.

Como escreveu, referindo-se aos partidos marxistas que capitularam à ofensiva ideológica neoliberal, “se autocrítica é o pressuposto da reconstrução da identidade comunista, a autofobia é sinônimo de capitulação e de renúncia de uma identidade autônoma”. Continua ele: “a classe dominante consolida seu domínio, privando as classes subalternas não apenas da perspectiva de futuro, mas também do seu próprio passado (...). A memória histórica é, portanto, um dos terrenos fundamentais nos quais se desenvolve a luta ideológica de classe.”

Losurdo também acompanhava com atenção – e muito otimismo – as experiências de construção do socialismo na atualidade, em especial da China. Admirava o exemplo daquela grande nação oriental que havia rompido com as amarras do colonialismo, desenvolvido suas forças produtivas e se tornado uma potência mundial, transformando-se numa referência aos demais países que buscam alternativas de desenvolvimento fora da cartilha neoliberal ditada pelo imperialismo.

Por fim, se estabeleceu uma amizade recíproca entre Domenico Losurdo e o Brasil. Grande parte de sua obra foi traduzida e lançada no país por diversas editoras. Era um dos autores marxistas mais lidos no país. Gostava de brincar que era mais conhecido e lido entre os brasileiros do que na Europa. Anualmente vinha ao Brasil e percorria vários estados, participando de lançamentos de livros e conferências.


Losurdo em visita ao PCdoB, ao centro com a presidenta do Partido, Luciana Santos. Foto: Cezar Xavier


Havia entre Losurdo e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) uma grande amizade. Amizade de mais de uma década. Ele participou em vários eventos organizados pela Fundação Maurício Grabois por várias cidades do país, entre os quais, destacamos sua presença como principal conferencista, em 2017, no seminário alusivo ao centenário da Revolução Russa e aos 95 anos de Fundação do Partido Comunista do Brasil. A Grabois, em parceria com a editora Anita Garibaldi, publicou quatro livros de Losurdo. Importantes ensaios também vieram à luz em outros livros, além de densas entrevistas à revista Princípios e ao portal Grabois.

Losurdo foi recebido várias vezes pela direção nacional do PCdoB, quando se evidenciou uma grande afinidade na esfera das ideias, entre elas sobre a necessidade de se articular a luta nacional, anti-imperialista, com a luta pela conquista do socialismo.

Domenico Losurdo partiu, mas deixou como legado uma obra rica e imperecível que seguirá alimentando a jornada emancipadora nacional e social da classe trabalhadora e dos povos. Viva sua memória e seu legado!


São Paulo, 28 de junho de 2018.

Luciana Santos
Presidenta do Partido Comunista do Brasil – PCdoB

Renato Rabelo
Presidente da Fundação Maurício Grabois

fonte> http://www.vermelho.org.br/noticia/312569-1

23 setembro, 2017

Domenico Losurdo em Santa Catarina SC no dia 29/09/2017

Domenico Losurdo na UNESP em 2/10/2017

VII SEMINÁRIO INTERNACIONAL – TEORIA POLÍTICA DO
SOCIALISMO
REVOLUÇÃO RUSSA: 100 ANOS QUE ABALARAM O MUNDO
“A TRANSIÇÃO COMO ATUALIDADE HISTÓRICA”
VII SEMINÁRIO INTERNACIONAL – TEORIA POLÍTICA DO
SOCIALISMO
REVOLUÇÃO RUSSA: 100 ANOS QUE ABALARAM O MUNDO
“A TRANSIÇÃO COMO ATUALIDADE HISTÓRICA”

Programa:

Data: de 02 a 06 de outubro de 2017.
Local: Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Faculdade de Filosofia e
Ciências/Campus de Marília.
Cronograma de Atividades
Segunda-feira: 2/10/2017 - Manhã
Cadastramento Presencial / Retirada de Material
Horário: 10:00 – 12:00
Local: SAEPE / Saguão de Entrada da FFC
Segunda-feira: 2/10/2017 – Tarde
Mini-Curso 1 – Introdução à História da Revolução Russa
Jefferson Rodrigues Barbosa (UNESP – Marília)
Horário: 14:30 – 17:30

Coordenador: Marcela Andressa Semeghini Pereira (PPGCS/Unesp)
Segunda-feira: 2/10/2017 - Noite
Cerimônia de Abertura – Apresentação Cultural
Mesa de Abertura:
Marcos Del Roio (Unesp/Marília)
Marcelo Navega – Diretor FFC
 José Marangoni Camargo – (DCPE/Unesp)
 Luis Antonio Francisco de Souza (Pós-Graduação/Unesp)
Horário: 19:00 – 20:00
Local: Anfiteatro I
Conferência de Abertura: A atualidade histórica da Revolução de Outubro
Conferencista: Domenico Losurdo (Università di Urbino)

Coordenador: Marcos Del Roio (Unesp/Marília)
Horário: 20:00 – 22:30
Local: Anfiteatro I
Terça-Feira: 3/10/2017 – Manhã
Mesa de Debates: Conselhos, Partido e Democracia Operária
Debatedores

Luciano Martorano (UNIFAL)
 Milton Pinheiro (UNEB)
 Valério Arcary (IFSP)
Anderson Deo (UNESP/MARÍLIA)
Coordenador: Eder Renato de Oliveira (PPGCS/Unesp)
Horário: 9:00 – 12:00
Local: Anfiteatro I
Terça-feira: 3/10/2017 – Tarde
Mini-Curso 2 – O Direito no socialismo
Jair Pinheiro (UNESP – Marília)
Horário: 14:30 – 17:30
Local: a definir
Coordenador: João Vicente Nascimento Lins (PPGCS/Unesp)
Mini-Curso 3 – A Revolução Russa no marxismo Latinoamericano: José
Carlos Mariátegui
Leandro Galastri (UNESP – Marília)
Horário: 14:30 – 17:30
Coordenador: Rodolfo Sanches (PPGCS/Unesp)
Terça-Feira: 3/10/2017 – Noite
Mesa de Debates: Os caminhos da transição: a Nova Política Econômica
(NEP)
Debatedores:
Gianni Fresu (UFU)
Luís Eduardo Motta (UFRJ)
Lígia Osório (Unicamp)
Coordenador: Francieli Martins Batista
Horário: 19:30 – 22:30
Local: Anfiteatro I
Quarta-Feira: 4/10/2017 – Manhã
Mesa de Debates: O fenômeno histórico do stalinismo
Debatedores:
Lúcio Flávio (PUC)
Antonio Carlos Mazzeo (USP/PUC/UNESP)
Marcelo Braz (UFRJ)
 Coordenador: Marcelo de Marchi Mazzoni (PPGCS/Unesp)
Horário: 9:00 – 12:00
Local: Anfiteatro I
Quarta-Feira: 4/10/2017 – Tarde
Sessão de Comunicações I
Horário: 14:00 – 17:00
Local: salas de aula (a definir) – Prédio de Atividades Didáticas (FFC)
Quarta-Feira: 4/10/2017 – Noite
Mesa de Debates: Arte e cultura na revolução
Debatedores:
Miguel Vedda (UBA)
Neusa Dal Ri (Unesp-Marília)
Rafael Litvin Villas Bôas (UNB)
Coordenador: Leonardo Sartoretto (PPGCS/Unesp)
Horário: 19:30 – 22:30
Local: Anfiteatro I
Quinta-Feira: 5/10/2017 – Manhã
Mesa de Debates: A mulher na revolução
Debatedores:
Angélica Lovatto (UNESP-Marília)
Renata Gonçalves (UNIFESP)
Sofia Manzano (UESB)
Coordenador: Rafael dos Santos Alcântara (PPGCS/Unesp)
Horário: 9:00 – 12:00
Local: Anfiteatro I
Quinta-Feira: 5/10/2017 – Tarde
Livre
Quinta-Feira: 5/10/2017 – Noite
Sessão de Lançamento de Livros
Coordenador: Jefferson Barbosa (Unesp) e Leandro Galastri (Unesp)
Horário: 18:00 – 19:00
Local: Anfiteatro I
Mesa de Debates: Revolução Russa e América Latina
Debatedores:
Virgínia Fontes (UFF/Fiocruz)
Marcos Del Roio (UNESP – Marília)
 Massimo Modonesi (UNAM)
Coordenador: Adler Eduardo Dias Shirakawa (PPGCS)
Horário: 19:30 – 22:30
Local: Anfiteatro I
Sexta-Feira: 6/10/2017 – Manhã
Mesa de Debates: A crise da transição socialista
Debatedores:
Marly Vianna (Universidade Salgado de Oliveira)
Ramon Pena Castro (Fiocruz)
Paulo Alves de Lima (CEETEPS)
Coordenador: Alex Willian Leite (PPGCS)
Horário: 9:00 – 12:00
Local: Anfiteatro I
Sexta-Feira: 6/10/2017 – Tarde
Sessão de Comunicações II
Horário: 14:00 – 17:00
Local: salas de aula (a definir) – Prédio de atividades didáticas (FFC)
Sexta-Feira: 6/10/2017 – Noite
Conferência de Encerramento: Os Caminhos da Revolução Socialista no
Século XXI
Conferencista:
Isabel Monal (Universidad de Habana/Cuba)
Coordenador: Anderson Deo (Unesp/Marília)
Horário: 19:30 – 21:00
Local: Anfiteatro I
Festa de Encerramento – Local a definir!

http://marxismo21.org/wp-content/uploads/2017/04/RR-Unesp-Mar%C3%ADlia.pdf

Domenico Losurdo - Seminário no SESC Pinheiros com transmissão ao vivo 28/09/2017 às 20h

Com transmissão ao vivo, Seminário discute os cem anos da Revolução Russa no Sesc Pinheiros

Seminário Internacional 1917: O Ano Que Abalou o Mundo
Seminário Internacional 1917: O Ano Que Abalou o Mundo
Rememorar a Revolução Russa de 1917 é muito mais do que apenas remontar às origens de um país ou de um sistema econômico uma vez que a importância deste acontecimento perpassou todo o século XX, não deixando intocado nenhum acontecimento político, militar ou social e influenciando toda uma geração de pensadores, historiadores, escritores, artistas e sociólogos. Sua marca foi e ainda é sentida nas relações políticas, nas tensões militares, nos temores e esperanças que formam as bases do nosso século XXI.
É compreendendo a importância da revolução e de seus desdobramentos que o Sesc e a Boitempo Editorial promovem, de 26 a 29 de Setembro, o ciclo de atividades intitulado 1917: o ano que abalou o mundo, que contará com o curso A História da Revolução Russa e Seminário Internacional (ingressos esgotados) com nomes como Michael Löwy (CNRS – França), Tariq Ali (Revista New Left Review), Valério Arcary (Professor aposentado do IFSP e fundador do PSTU) e Esteban Volkov (neto de Leon Trotsky) dentre outros que refletirão sob variados temas, como a presença da mulher na revolução, a questão do nacionalismo na revolução, a vida e obra de Trotsky e Lenin e arte revolucionária, dentre outros. O Seminário será transmitido ao vivo aqui, diretamente do Sesc Pinheiros.
A Revolução Russa trouxe para a realidade a ação inerente ao pensamento de Marx: “Até agora os filósofos ficam preocupados na interpretação do mundo de várias maneiras. O que importa é transforma-lo”. Quer seja concordando ou discordando dos métodos, das ações e das decisões destes revolucionários, não se pode negar que sua ação, acima de qualquer outra, moldou o mundo que viria a seguir daquele agitado outubro de 1917. 
Confira abaixo a programação completa.
SEMINÁRIO INTERNACIONAL 1917: O ANO QUE ABALOU O MUNDO  
Inscrições esgotadas! O Seminário terá transmissão ao vivo aqui, diretamente do Sesc Pinheiros.
26/09 (terça-feira)
17h | Do socialismo soviético ao novo capitalismo russo
Debate com José Paulo Netto, Lenina Pomeranz e Luis Fernandes. Mediação de Fernando García.
20h | A revolução das mulheres
Palestra de Wendy Goldman, comentário de Djamila Ribeiro e Maria Lygia Quartim de Moraes. Mediação de Tory Oliveira.
27/09 (quarta)
14h | Vida de Trostki
Conferência de Esteban Volkov com comentários de Valerio Aracary e Osvaldo Coggiola.
17h | Lenin: Vida e obra de um líder revolucionário
Palestra de Tamás Krausz, comentários de Sofia Manzano e Wilson Barbosa. Mediação de Diana Assunção.
20h | Diálogos com o pensamento teórico de Lenin
Conferência de Tariq Ali, comentários de Vladimir Safatle e Virgínia Fontes. Mediação de Fernanda Mena.
28/09 (quinta-feira)
14h | A revolução russa e a questão nacional
Conferência de Michael Löwy, comentários de Isabel Loureiro e Ruy Braga. Mediação de Juliana Borges.
17h | Estado, economia e política na sociedade soviética
Conferência de Antônio Negri, comentários de Alysson Leandro Mascaro e Leda Paulani. Mediação de Maria Cristina Fernandes.
20h | Guerra e Revolução
Palestra de Domenico Losurdo, comentário de José Luiz Del Roio e Gilberto Maringoni. Mediação de Daniela Mussi.
29/09 (sexta-feira)
14h | A União Soviética e o Brasil
Conferência de Anita Prestes, comentários de Luiz Bernardo Pericás e Antonio Carlos Mazzeo. Mediação de Renato Rovai.
17h | Arte e revolução
Debate com Miguel Vedda, Walnice Nogueira e Emicida. Mediação de Tata Amaral.
20h | A ideia do comum: teoria e história de um ideal
Palestra de Pierre Dardot e Christian Laval, comentário de Christian Dunker. Mediação de Laura Carvalho.

CURSO A HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO RUSSA
26/09 (terça) | 12h às 14h | Aula 1 - Da Rússia imperial à ruptura
Com Michael Löwy
27/09 (quarta) | 10h30 às 12h30 | Aula 2 - A Revolução do desespero
Com Marly Viana
28/09 (quinta) | 10h30 às 12h30 | Aula 3 - Da coletivização à guerra
Com José Paulo Netto
29/09 (sexta) | 10h às 12h | Aula 4 - Consolidação, decadência e queda
Com Angelo Segrillo
Mediação: Alexandre Linares e Claudinei Rezende

https://www.sescsp.org.br/online/artigo/11333_SEMINARIO+DISCUTE+OS+CEM+ANOS+DA+REVOLUCAO+RUSSA

Domenico Losurdo em 3 de Outubro 2017 na CTB em São Paulo

Domenico Losurdo debate o legado da Revolução Russa

DIVULGAÇÃOPUBLICADO EM 19.09.2017
Evento da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) traz o filósofo italiano na terça-feira, 3 de outubro, às 19h, ao Sindicato dos Engenheiros, à Rua Genebra, 25, região central de São Paulo (próximo ao metrô Anhangabaú).
 
Contribuindo para a ampla agenda de reflexões e homenagens ao centenário da Grande Revolução Socialista de 1917, a Fundação Maurício Grabois e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) convidam o filósofo marxista italiano Domenico Losurdo para refletir, junto à classe trabalhadora e às correntes progressistas, sobre o rico legado da Revolução Russa à humanidade bem como sobre as lições extraídas de seus erros e insuficiências.
No seu conjunto, essas reflexões impulsionam, no atual contexto de um capitalismo em crise, a nova luta pelo socialismo no século 21.
Domenico Losurdo veio ao Brasil, convidado pela Boitempo e pelo Sesc em São Paulo, para participação no Seminário Internacional 1917: o ano que abalou o mundo (que ocorre no Sesc Pinheiros entre 26 e 29 de setembro), e tem o apoio da Fundação Maurício Grabois.
Entrada franca e sem necessidade de inscrição.

http://www.grabois.org.br/portal/noticias/153874/2017-09-19/domenico-losurdo-debate-o-legado-da-revolucao-russa

Domenico Losurdo em Santa Catarina 29 de setembro 2017

Conferência com Domenico Losurdo marcará 100 anos da Revolução Russa

Uma conferência com o professor emérito da Universidade de Urbino, na Itália, Domenico Losurdo, pretende marcar o centenário da Revolução Russa, a ser realizado no dia 29 de setembro, às 19 horas, no Auditório Deputada Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
O evento é uma realização do mandato do deputado Cesar Valduga (PCdoB), Fundação Maurício Grabois, Grupo de Estudos e Pesquisas Antonio Gramsci e Programa de Pós Graduação em Geografia da UFSC.

Domenico Losurdo em 2/10/2017 na UNESP

'Celebrar a Revolução Russa é lutar contra o neoimperialismo'

'Celebrar a Revolução Russa é lutar contra o neoimperialismo', diz Domenico Losurdo

Filósofo italiano defendeu hoje (30), em São Paulo, que os Estados Unidos continuam sendo a principal potência bélica do mundo, sustentando grande interesse em novas colonizações
por Sarah Fernandes, da RBA publicado 30/03/2017 18h20, última modificação 30/03/2017 18h26
DIVULGAÇÃO
Losurdo
"A luta pela paz é ao mesmo tempo uma luta de classes”, disse Losurdo
São Paulo – O filósofo italiano Domenico Losurdo defendeu hoje (30) em São Paulo que para celebrar os 100 anos da Revolução Russa, em 2017, é necessário encampar a luta internacional contra o neoimperialismo, classificada pelo intelectual como uma das facetas da luta de classes, já que subjuga povos e nações. O autor defendeu que os Estados Unidos continuam sendo a principal potência bélica do mundo, com ainda muito interesse em expandir o neocolonialismo.
“A revolução de outubro deu início também à revolução anticolonialista, que hoje está ameaçada. Acredito que levantar a bandeira da revolução de outubro significa, entre outras coisas, combater as guerras neocolonialistas que foram desencadeadas no Ocidente, sobretudo pelos Estados Unidos. Significa também lutar pela paz, com a clareza de que essa luta não será eficaz senão combatemos o imperialismo de hoje. A luta pela paz é ao mesmo tempo uma luta de classes”, disse.
Losurdo defendeu que a vitória do Ocidente na Guerra Fria abriu as portas para uma nova onda de colonialismo. Tanto que a maioria das guerras travadas pelos Estados Unidos após a derrocada da União Soviética foi contra países que se insurgiram contra projetos imperialistas, como no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003).
“A lição de 1917 é que para lutar contra uma nova guerra, que é cada vez mais possível, deve-se levar em conta o papel dos Estados Unidos que é protagonista no novo colonialismo. Ainda hoje os EUA criticam seus aliados que não aceleram suas políticas de armamento”, disse o filósofo, que participou de seminário sobre os 100 anos da Revolução Russa e os 95 anos do PCdoB.
O cientista político Luís Fernandes, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), concordou e lembrou que a Revolução Russa foi a mobilização social que de fato expandiu a luta por direitos sociais em todo o mundo. “Nós valorizamos muito a trajetória do PT, mas a luta dos trabalhadores no Brasil não começou no final da década de 1980”, disse, muito aplaudido. “Já existia vida política no país. A própria CLT, que hoje está ameaçada, foi uma conquista dos trabalhistas e dos comunistas.”
“Foi um profundo processo de redistribuição de renda, que alterou as bases sociais, também no Ocidente. O avanço do socialismo, visto como uma ameaça, criou uma onda política que permitiu a criação do estado de bem-estar social na Europa, como uma compensação por meio de direitos sociais aos trabalhadores”, disse.
Durante o evento, Losurdo lançou dois livros em português: Esquerda Ausente e Guerra e revolução: o mundo um século após Outubro de 1917, editados pela Boitempo Editorial. Outros cinco títulos serão lançados: Governo Lula e Dilma: o ciclo golpeado, organizado por Renato Rabelo e Adalberto Monteiro;Anos que vivemos em perigo – a crise brasileira, de Walter Sorrentino; Os comunistas na Constituinte de 1946, de José Carlos Ruy; Pequena história de um século da grande Revolução de Outubro, de Bernardo Joffily; e 100 anos da Revolução Russa, legado e lições, organizado pela Fundação Maurício Grabois.

http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2017/03/celebrar-revolucao-russa-e-lutar-contra-neoimperialismo-diz-domenico-losurdo